"Diz a lenda que Obaluaê era filho de Nanã, sendo rejeitado por ela e criado por Iemanjá. Iemanjá é a Grande Mãe que cria os filhos que não são dela.

Chegando de viagem à aldeia onde nasceu, Obaluaê percebeu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os Orixás. Ele não podia entrar na festa devido a sua medonha aparência, então, ficou à espreita. Ogum percebeu a angústia de Obaluaê, cobriu-o com uma roupa de palha e convidou-o a entrar no barracão para aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaê entrou. Iansã, que tudo acompanhava de rabo de olho, compreendia a triste situação e se compadeceu. Soprou, levantando as palhas que cobriam as pestilências. Feridas voaram e se transformaram em pipoca. Entre Obaluaê e Iansã surgiu uma amizade. Os dois governaram o mundo dos mortos, partilhando o poder único de abrir ou de interromper as demandas dos mortos sobre os homens.

Obaluaê é o Orixá da saúde, retira as nossas moléstias e dores para o corpo dele. É o senhor Rei da Terra, soberano da terra e do seu interior. As moléstias físicas podem ser entendidas como uma depuração de questões anteriores, gravadas no perispírito. Enquanto as pipocas são flores brancas e macias, símbolo de transformação. Apontam para a necessidade dos homens se tornarem aquilo que devem ser. As grandes mudanças envolvem o pensamento e o emocional, portanto, acontecem quando passamos pelo fogo das provações e das experiências que nos desafiam".

O dia de Obaluaê é comemorado em 16/08, quando sincretizado com São Roque e em 17/12, quando sincretizado com São Lázaro.