São Benedito

São Benedito

domingo, 24 de janeiro de 2016

"No Brasil, no início da colonização portuguesa, vivia na Bahia, na cidade que seria chamada mais tarde de São Salvador, Diogo Álvares Correa. Ele era da região da Galícia e naufragou nas águas do mar tenebroso, próximo à Bahia de Todos os Santos, nos baixos de Maiririquiig (Maraquita). Salvou-se matando dois pássaros com um arcabuze, sendo reverenciado pelos indígenas como amássununga, que quer dizer entre outros: O Trovão, Caramuru, a grande moréia, o dragão que surgiu do m...ar, homem de fogo.
Foi assim que em 1509 Diogo Álvares Correa, o Caramuru, tornou-se uma grande liderança entre os tupinambás, e como presente do cacique, podia se deitar com as mais belas mulheres. Dentre elas, escolheu Moema, concebendo os primeiros mestiços, que seriam mais tarde denominados de “Brasileiros”.
O forasteiro passava muitas horas com Moema e também se afeiçoou a ela. O amor entre o português e a indígena ia muito bem. Entretanto, um dia a história mudou. Diogo, que ajudava a proteger os seus amigos indígenas, foi chamado às pressas para auxiliar o Cacique Taparica na guerra com outros indígenas. Com seus arcabuzes e sua astúcia bélica, saíram-se vencedores.
À noite, para comemorar, o Cacique Taparica, fez-lhe um festa na Aldeia e lá pelas tantas, apresentou ao Caramuru a sua filha mais bonita, a linda Paraguaçu. Os dois ficaram encantados um pelo outro e imediatamente se casaram dentro da tribo. Depois da Lua de Mel, Caramuru voltou à aldeia de Piatã e levou consigo Paraguaçu, consciente de haver encontrado a mulher dos seus sonhos nas terras dos brasilíndios.
Quando chegou à aldeia, Moema, sua primeira grande companheira, viu a bela nativa e ficou muito triste. Percebeu que tinha perdido o seu amado. Diogo então, não deu a menor atenção a Moema e nem às suas amantes. Só tinha olhos para Paraguaçu.
Moema ainda tinha esperanças de recuperar o amado. Certo dia foi em uma pajelança e o xamã assegurou-lhe que a alma de Paraguaçu seria levada para o mundo do Bem, e se distanciaria do português.
Diogo resolveu levar Paraguaçu para a Europa, em 1528, para conhecer seus costumes. Seguiram viagem em um navio francês.
No momento em que o navio partiu rumo ao oceano, Moema, sem dizer nada, lançou-se desesperada na água e nadou com fortes braçadas perseguindo a embarcação, gritando o nome de Caramuru, até que as velas sumissem no horizonte. O mesmo aconteceu com a tupinambá, que seguiu seu destino para o fundo do mar, morrendo por amor".
Pintura: Moema, 1866
Victor Meirelles (Brasil, SC 1832- RJ 1903)
Óleo sobre tela, 129 x 199 cm
MASP – Museu de Arte de São Paulo.
 

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