São Benedito

São Benedito

domingo, 22 de janeiro de 2017


Não julgueis, a fim de não serdes julgados; porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que vos tenhais servido para com os outros. Mateus, 7:1-2
Então, os escribas e os fariseus lhe trouxeram uma mulher que fora surpreendida em adultério e, pondo-a de pé no meio do povo, disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em adultério; ora, Moisés, pela lei, ordena que se lapidem as adúlteras. Qual sobre isso a tua opinião?” Diziam isto para o tentarem e terem de que o acusar. Jesus, porém, abaixando-se, entrou a escrever na terra com o dedo. Como continuassem a interrogá-lo, ele se levantou e disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.” Em seguida, abaixando-se de novo, continuou a escrever no chão. Quanto aos que o interrogavam, esses, ouvindo-o falar daquele modo, se retiraram, um após outro, afastando-se primeiro os velhos. Ficou, pois, Jesus a sós com a mulher, colocada no meio da praça.
Então, levantando-se, perguntou-lhe Jesus: “Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?” 
Ela respondeu: “Não, Senhor.” 
Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro não tornes a pecar.” João, 8:3-11

Essas duas passagens do Evangelho nos trazem vários ensinamentos.
Na segunda passagem, podemos perceber claramente o objetivo dos escribas e fariseus, que era colocar Jesus contra a lei Mosaica. Mas Jesus, como de outras vezes, não só escapou de forma brilhante da armadilha que lhe prepararam, como também deixou um ensinamento moral àqueles homens. Ressalta-se um importante ensinamento: a autoridade moral para julgar.
Quando o Mestre disse - Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra -, Ele fez com que cada um dos presentes analisasse a própria consciência e percebesse que nenhum possuía autoridade moral para julgar e condenar aquela mulher.
O Mestre esperou calmamente pelo resultado que suas palavras causaram naqueles homens endurecidos. Ele era o único que, naquela circunstância, possuía autoridade moral para isso; no entanto, Jesus não julgou e não condenou, nem disse se deveriam apedrejá-la ou não. Jesus apenas aguardou.
Quando todos se retiraram e Jesus ficou só com a mulher, esta ouve dele a frase: Vá e não peques mais.
Ao dizer: Vá, Jesus nos mostra que somente a Deus cabe julgar.
E, ao dizer: não peques mais, Jesus demonstra o quanto Deus é misericordioso, pois aquela mulher, como todos nós, temos más tendências a vencer, defeitos a corrigir e a misericórdia divina se traduz pela oportunidade que Deus nos dá de corrigir nossos erros.
Jesus mostra, também, que, assim como Ele, todos podemos ser indulgentes e capazes de desculpar os erros dos outros, pois nenhum de nós está apto a julgar o próximo, levando-se em consideração a nossa inferioridade e a nossa caminhada evolutiva, repleta de erros e, portanto, a nossa própria necessidade de indulgência em algum momento da vida. O que Jesus condena é a maledicência e a vontade deliberada de prejudicar o outro. Infelizmente, a língua ainda é um chicote pesado nesse mundo de provas e expiações. Está em nossas mãos mudar isso.
Texto de Anne Marie Lanatois

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