"Na interpretação da Umbanda a morte do corpo físico não é o fim da vida. Entende-se apenas como o fim de um ciclo, e este será encaminhado para uma esfera espiritual condizente com seus atos e vibração emocional acumulada durante a passagem no corpo físico. A Umbanda tem na cerimônia fúnebre a preocupação de garantir que o espírito desencarnado fique a cargo da Lei Divina e não tenha problemas maiores com ataques de espíritos negativos. Na Umbanda, morte e nascimento são momentos sagrados. O objetivo maior do nascimento e da morte é a harmonização e a evolução consciente do espírito. Após a morte, o ser humano leva consigo suas alegrias, sua fé, suas crenças, suas mágoas e suas dores.
A morte é entendida como um retorno do espírito à pátria espiritual. Significa que a missão dele nesta encarnação se encerrou.
Pai Omulú (senhor da morte) corta o cordão de prata que liga o corpo material ao corpo espiritual, quando então há o desencarne. O desencarnado é conduzido ao Pai Obaluaiê (senhor da evolução), que direciona o espírito a passar então por um portal de luz, onde irá reviver suas obras durante esta encarnação na Terra, e será julgado pelas mesmas.
A Umbanda admite a reencarnação, com o mesmo significado do Espiritismo de Allan Kardec.
Existe ritual umbandista de funeral, que muda de um terreiro para outro. De forma geral, há a purificação do corpo com incenso, água sagrada e óleos. O corpo do desencarnado é ungido com óleos apropriados para que se crie uma aura positiva protegendo-o, e na urna funerária são traçados símbolos mágicos de proteção espiritual. Antes do enterro ou cremação, o sacerdote pronuncia algumas palavras de conforto a todos os que estão no velório, e também sobre as virtudes do umbandista desencarnado. Após o túmulo ser coberto de terra e as flores serem depositadas sobre ele, o sacerdote ministrante deve cercá-la com pemba ralada criando um círculo protetor a sua volta, e deve acender quatro velas brancas, uma acima da cabeça, um abaixo dos pés, uma do lado direito e outra do lado esquerdo formando uma cruz.
O desencarnado umbandista pode ser cremado ou enterrado, pois seu verdadeiro ser, o espírito, não mais habita aquele corpo de carne.
Os elementos que o umbandista usou em vida durante os rituais religiosos, como as suas guias, podem ser depositadas junto ao seu corpo no caixão. Ou depositados em outro local, conforme orientação do sacerdote responsável pelo terreiro que ele frequentava.
O luto dos familiares e amigos é o mesmo que o de qualquer outra religião, com dor pela perda, porém sem revolta, lembrando que o espírito é imortal, e que assim como nosso Criador Olorum, nunca tivemos início e nunca teremos fim. E nos reencontraremos na pátria espiritual, ou em alguma outra reencarnação".
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