"No Brasil, no início da colonização portuguesa, vivia na Bahia, na cidade que seria chamada mais tarde de São Salvador, Diogo Álvares Correa. Ele era da região da Galícia e naufragou nas águas do mar tenebroso, próximo à Bahia de Todos os Santos, nos baixos de Maiririquiig (Maraquita). Salvou-se matando dois pássaros com um arcabuze, sendo reverenciado pelos indígenas como amássununga, que quer dizer entre outros: O Trovão, Caramuru, a grande moréia, o dragão que surgiu do m...ar, homem de fogo.
Foi assim que em 1509 Diogo Álvares Correa, o Caramuru, tornou-se uma grande liderança entre os tupinambás, e como presente do cacique, podia se deitar com as mais belas mulheres. Dentre elas, escolheu Moema, concebendo os primeiros mestiços, que seriam mais tarde denominados de “Brasileiros”.
O forasteiro passava muitas horas com Moema e também se afeiçoou a ela. O amor entre o português e a indígena ia muito bem. Entretanto, um dia a história mudou. Diogo, que ajudava a proteger os seus amigos indígenas, foi chamado às pressas para auxiliar o Cacique Taparica na guerra com outros indígenas. Com seus arcabuzes e sua astúcia bélica, saíram-se vencedores.
À noite, para comemorar, o Cacique Taparica, fez-lhe um festa na Aldeia e lá pelas tantas, apresentou ao Caramuru a sua filha mais bonita, a linda Paraguaçu. Os dois ficaram encantados um pelo outro e imediatamente se casaram dentro da tribo. Depois da Lua de Mel, Caramuru voltou à aldeia de Piatã e levou consigo Paraguaçu, consciente de haver encontrado a mulher dos seus sonhos nas terras dos brasilíndios.
Quando chegou à aldeia, Moema, sua primeira grande companheira, viu a bela nativa e ficou muito triste. Percebeu que tinha perdido o seu amado. Diogo então, não deu a menor atenção a Moema e nem às suas amantes. Só tinha olhos para Paraguaçu.
Moema ainda tinha esperanças de recuperar o amado. Certo dia foi em uma pajelança e o xamã assegurou-lhe que a alma de Paraguaçu seria levada para o mundo do Bem, e se distanciaria do português.
Diogo resolveu levar Paraguaçu para a Europa, em 1528, para conhecer seus costumes. Seguiram viagem em um navio francês.
No momento em que o navio partiu rumo ao oceano, Moema, sem dizer nada, lançou-se desesperada na água e nadou com fortes braçadas perseguindo a embarcação, gritando o nome de Caramuru, até que as velas sumissem no horizonte. O mesmo aconteceu com a tupinambá, que seguiu seu destino para o fundo do mar, morrendo por amor".
Pintura: Moema, 1866
Victor Meirelles (Brasil, SC 1832- RJ 1903)
Óleo sobre tela, 129 x 199 cm
MASP – Museu de Arte de São Paulo.
Victor Meirelles (Brasil, SC 1832- RJ 1903)
Óleo sobre tela, 129 x 199 cm
MASP – Museu de Arte de São Paulo.
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