O mandamento: " Honrai a vosso pai e a vossa mãe" é uma consequência da lei geral de caridade e de amor ao próximo. Não consiste apenas em respeita-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cerca-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância. É sobretudo para com os pais sem recursos que se demonstra a verdadeira piedade filial.
É verdade que alguns pais menosprezam seus deveres e não são para os filhos o que deviam ser; mas, é a Deus que compete puni-los, e não a seus filhos.
É importante não confundir parentela corpórea com parentela espiritual. Os laços do sangue não estabelecem necessariamente os vínculos entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mais o Espírito não procede do Espírito, porque o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai que cria o Espírito de seu filho; apenas lhe fornece o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para faze-lo progredir.
Os Espíritos que encarnam numa mesma família sobretudo como parentes próximos, são, na maioria das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por relações anteriores, que se traduzem por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer que sejam completamente estranhos uns aos outros, divididos por antipatias igualmente anteriores, afim de lhes servir de provação. Os verdadeiros laços de família, não são pois, os da consanguinidade e sim os da simpatia e da comunhão de pensamentos, que prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações.
Há, pois duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corpóreos. As primeiras são duráveis e se fortalecem pela purificação, perpetuando-se no mundo dos Espíritos através das varias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual ( O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, cap. XIV, p. 285-298).
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